Missão
Francisco exorta mais uma vez: precisamos de uma Igreja livre, simples, “sempre em saída”
O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (30/11), na Sala das Bênçãos, no Vaticano, cerca de mil participantes no Encontro internacional promovido pelo Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização.
Na Sala das Bênçãos, – que ficou fechada, desde 2015, para uma reforma geral, – Francisco recebeu o numeroso grupo de participantes, que, nestes dias, retomaram a Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, abordando o tema “Acolhida e perspectivas”. Referindo-se a este documento, publicado em novembro de 2013, o Papa disse com muita simplicidade:
“A alegria do Evangelho nasce do encontro com Jesus. Quando encontramos o Senhor, somos inundados pelo seu amor, que somente ele é capaz de nos dar. Quando permitimos que Deus nos conduza para além de nós mesmos, a nossa vida muda e entendemos o verdadeiro sentido da nossa existência. Eis a fonte da ação evangelizadora, a necessidade do anúncio espontâneo.”
Assim, começou a evangelização, explicou Francisco: “N manhã do dia de Páscoa, uma mulher, Maria Madalena, encontrou Jesus vivo e ressuscitado, e correu para anunciá-lo aos apóstolos. As lágrimas daquela mulher, que estava triste e em pranto, diante do túmulo do Mestre, se transformaram em alegria radiante e, a sua solidão, em consolação, por encontrar o Ressuscitado”! E o Papa acrescentou:
“A experiência de tantas pessoas, hoje, não é muito diferente daquela de Maria Madalena. A saudade de Deus, de um amor infinito e verdadeiro, está arraigada no coração de cada homem. Mas, precisamos de alguém que nos ajude a reviver tal experiência; precisamos de outros anjos que nos anunciem a Boa Nova e nos encorajem a “não ter medo”.”
De fato, afirmou o Pontífice, os “evangelizadores são como anjos da guarda, mensageiros do bem”, que nos chamam pelo nome e nos anunciam a alegria e a vida de Jesus, como aconteceu a Maria Madalena. Quem evangeliza está sempre em movimento, sempre indo ao encontro dos outros. Quem anuncia, realiza o desejo de Deus, está sempre à busca de Deus e o transmite aos irmãos. Por isso, Francisco exortou:
“Que o medo de cometer erros e de seguir novos caminhos não nos desanime. Não há prioridades que superam o anúncio da ressurreição, o “kerygma” da esperança. As nossas pobrezas não devem ser um obstáculo, mas um instrumento precioso, porque a graça de Deus se manifesta na nossa fraqueza. Deus age em todas as circunstâncias, até diante das nossas aparentes falências.”
Por fim, Francisco encorajou os numerosos presentes a propagar a Mensagem de Deus Amor, como Maria Madalena, que correu para dizer aos discípulos de Jesus: “Eu vi o Senhor” e como os Apóstolos, que foram às pressas ao túmulo vazio. Por isso, Francisco disse que precisamos de uma Igreja livre e simples, “sempre em saída”. E concluiu:
“Lembremo-nos dos primeiros cristãos, que eram perseguidos por causa do Senhor Jesus. No entanto, não reclamavam do mundo. Eles não se preocupavam com as perseguições, mas em anunciar Jesus, a custo de dar a própria vida. Não percamos o entusiasmo de evangelizar, mas invoquemos o Espírito Santo, que mantém vivo o nosso ardor missionário.”
Pastorais
Quando eu era criança, um tio meu me levou para participar de um culto em sua comunidade evangélica. Logo após a exibição de um filme medonho sobre o Apocalipse (tinha mais sangue do que no “Casamento Vermelho” de Game of Thrones), o pastô (que merecia mesmo era pastar) ameaçou o pessoal:
– Vocês viram o que aconteceu com os infiéis no Apocalipse? Vocês querem escapar desse fim horrível?
De olhos esbugalhados, todos acenavam que sim com a cabeça, ou gritavam angustiados. O pastô continuou:
– Então, prove sua fé e oferte agora aqui no altar o valor X em dinheiro (eu não lembro qual era a moeda na época, se era Cruzeiro, Cruzado… Mas era um valor alto, algo equivalente a uns R$ 50,00). Quem vai fazer a oferta, fique de pé! Quem não vai fazer, fique sentado!
E assim o pastô dava um jeito de constranger e humilhar publicamente os coitados que não tinham tanto dinheiro para dar. Além desta, outra técnica ainda mais eficaz para arrancar gordas doações dos fiéis é pregar que Deus vai lhe dar muita prosperidade e bênçãos materiais, em troca de sua generosidade no dízimo. Esse é o modo de agir de muitas das seitas que pregam a demoníaca Teologia da Prosperidade. As pessoas mesquinhas, gananciosas ou simplesmente desesperados por causa de suas dívidas caem nessa história como patinhos!
Na Igreja Católica, não é assim. Porém, justamente por ser um chamado à liberdade de cada fiel, muitos católicos não estão nem aí para o dízimo. Em quase todas as paróquias, a proporção de dizimistas em relação ao número de fiéis que frequentam a paróquia é ridiculamente baixa.
A maioria das pessoas gosta mesmo é que lhe ponham um cabresto, gostam de uma religião que lhes faça passar vergonha diante dos outros “irmãos”, caso não ande na linha, em troca da promessa de evitar a cruz e viver o Céu aqui na Terra. É por isso que ouvimos tanto protestante dizer: “Eu era católico, mas naquele tempo eu bebia, eu vivia na farra, eu traía, eu fazia tudo errado”. E desde quando a Igreja Católica aprova tais pecados, criatura joselita? O fato é que no meio evangélico é comum que um fique tomando conta da vida do outro, então todos se esforçam para ter uma aparência externa de santidade.
Mas o cristianismo é a religião que reina no mais profundo da consciência, no coração. Cristo mostrou que muitos daqueles que tinham aparência de santidade – os fariseus – eram podres por dentro. Então, mais do que simplesmente falar em fidelidade ao dízimo, vamos falar das intenções do coração.
É bem verdade que, na Bíblia, Deus promete prover as necessidades materiais de quem paga o dízimo. Isso se chama fé na Providência divina. Mesmo que esteja meio dura, a pessoa faz um sacrifício para ajudar os pobres e sustentar a Igreja (lembram da oferta da viúva?). A pessoa é fiel ao dízimo, confiando que o Senhor lhe ajudará.
“Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário.” (Mal 3,8-9)
“Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário. (…) Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado. Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo.” (Fil 4,16-19)
Bem diferente da fé na Providência é o investimento no FIJ – Fundo de Investimentos de Jesus. A pessoa paga o dízimo com a intenção de que o senhor multiplique o seu patrimônio. Como se Jesus vindo ao mundo, tomado bofetão no rosto e sido crucificado para nego poder ficar rico!
Então, devemos ser fiéis ao dízimo por uma consciência prática e por amor, não porque estamos caçando bênçãos.
A consciência prática nos fazer perceber que o padre, exclusivamente dedicado aos fiéis (foi para isso que ele deixou de casar, não é mesmo?), não vive de vento, e precisa de seu salário. Da mesma forma, é preciso cobrir as despesas com luz, água, funcionários, obras de manutenção do templo e ações evangelizadoras da paróquia, entre outras despesas.
O amor nos leva a ter verdadeiro prazer em DEVOLVER parte do dinheiro que Deus nos deu para o próprio Deus.
E qual porcentagem dos meus ganhos mensais devo doar ao templo? Você é quem decide. Não há obrigação de pagar 10%. Até nisso a Igreja nos deixa livres! Mas lembre-se: Deus sabe se estamos sendo generosos em nossa oferta ou não.
MENORES DE IDADE DEVEM PAGAR O DÍZIMO?
O dízimo é uma contribuição de quem tem renda própria, fruto de seu trabalho. Se um menor de idade trabalha (alguns, com 14 anos, já trabalham e têm renda mensal), então é justo que pague o dízimo, ainda que seus pais paguem também.
Mas se não trabalha, não precisa pagar o dízimo. Pode fazer uma contribuição livre na cestinha ou nos cofres do templo de sua paróquia, se puder.
Quando eu era criança, um tio meu me levou para participar de um culto em sua comunidade evangélica. Logo após a exibição de um filme medonho sobre o Apocalipse (tinha mais sangue do que no “Casamento Vermelho” de Game of Thrones), o pastô (que merecia mesmo era pastar) ameaçou o pessoal:
– Vocês viram o que aconteceu com os infiéis no Apocalipse? Vocês querem escapar desse fim horrível?
De olhos esbugalhados, todos acenavam que sim com a cabeça, ou gritavam angustiados. O pastô continuou:
– Então, prove sua fé e oferte agora aqui no altar o valor X em dinheiro (eu não lembro qual era a moeda na época, se era Cruzeiro, Cruzado… Mas era um valor alto, algo equivalente a uns R$ 50,00). Quem vai fazer a oferta, fique de pé! Quem não vai fazer, fique sentado!
E assim o pastô dava um jeito de constranger e humilhar publicamente os coitados que não tinham tanto dinheiro para dar. Além desta, outra técnica ainda mais eficaz para arrancar gordas doações dos fiéis é pregar que Deus vai lhe dar muita prosperidade e bênçãos materiais, em troca de sua generosidade no dízimo. Esse é o modo de agir de muitas das seitas que pregam a demoníaca Teologia da Prosperidade. As pessoas mesquinhas, gananciosas ou simplesmente desesperados por causa de suas dívidas caem nessa história como patinhos!
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Na Igreja Católica, não é assim. Porém, justamente por ser um chamado à liberdade de cada fiel, muitos católicos não estão nem aí para o dízimo. Em quase todas as paróquias, a proporção de dizimistas em relação ao número de fiéis que frequentam a paróquia é ridiculamente baixa.
A maioria das pessoas gosta mesmo é que lhe ponham um cabresto, gostam de uma religião que lhes faça passar vergonha diante dos outros “irmãos”, caso não ande na linha, em troca da promessa de evitar a cruz e viver o Céu aqui na Terra. É por isso que ouvimos tanto protestante dizer: “Eu era católico, mas naquele tempo eu bebia, eu vivia na farra, eu traía, eu fazia tudo errado”. E desde quando a Igreja Católica aprova tais pecados, criatura joselita? O fato é que no meio evangélico é comum que um fique tomando conta da vida do outro, então todos se esforçam para ter uma aparência externa de santidade.
Mas o cristianismo é a religião que reina no mais profundo da consciência, no coração. Cristo mostrou que muitos daqueles que tinham aparência de santidade – os fariseus – eram podres por dentro. Então, mais do que simplesmente falar em fidelidade ao dízimo, vamos falar das intenções do coração.
É bem verdade que, na Bíblia, Deus promete prover as necessidades materiais de quem paga o dízimo. Isso se chama fé na Providência divina. Mesmo que esteja meio dura, a pessoa faz um sacrifício para ajudar os pobres e sustentar a Igreja (lembram da oferta da viúva?). A pessoa é fiel ao dízimo, confiando que o Senhor lhe ajudará.
“Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário.” (Mal 3,8-9)
“Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário. (…) Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado. Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo.” (Fil 4,16-19)
Bem diferente da fé na Providência é o investimento no FIJ – Fundo de Investimentos de Jesus. A pessoa paga o dízimo com a intenção de que o senhor multiplique o seu patrimônio. Como se Jesus vindo ao mundo, tomado bofetão no rosto e sido crucificado para nego poder ficar rico!
Então, devemos ser fiéis ao dízimo por uma consciência prática e por amor, não porque estamos caçando bênçãos.
A consciência prática nos fazer perceber que o padre, exclusivamente dedicado aos fiéis (foi para isso que ele deixou de casar, não é mesmo?), não vive de vento, e precisa de seu salário. Da mesma forma, é preciso cobrir as despesas com luz, água, funcionários, obras de manutenção do templo e ações evangelizadoras da paróquia, entre outras despesas.
O amor nos leva a ter verdadeiro prazer em DEVOLVER parte do dinheiro que Deus nos deu para o próprio Deus.
E qual porcentagem dos meus ganhos mensais devo doar ao templo? Você é quem decide. Não há obrigação de pagar 10%. Até nisso a Igreja nos deixa livres! Mas lembre-se: Deus sabe se estamos sendo generosos em nossa oferta ou não.
MENORES DE IDADE DEVEM PAGAR O DÍZIMO?
O dízimo é uma contribuição de quem tem renda própria, fruto de seu trabalho. Se um menor de idade trabalha (alguns, com 14 anos, já trabalham e têm renda mensal), então é justo que pague o dízimo, ainda que seus pais paguem também.
Mas se não trabalha, não precisa pagar o dízimo. Pode fazer uma contribuição livre na cestinha ou nos cofres do templo de sua paróquia, se puder.
Formação
Quando eu era criança, um tio meu me levou para participar de um culto em sua comunidade evangélica. Logo após a exibição de um filme medonho sobre o Apocalipse (tinha mais sangue do que no “Casamento Vermelho” de Game of Thrones), o pastô (que merecia mesmo era pastar) ameaçou o pessoal:
– Vocês viram o que aconteceu com os infiéis no Apocalipse? Vocês querem escapar desse fim horrível?
De olhos esbugalhados, todos acenavam que sim com a cabeça, ou gritavam angustiados. O pastô continuou:
– Então, prove sua fé e oferte agora aqui no altar o valor X em dinheiro (eu não lembro qual era a moeda na época, se era Cruzeiro, Cruzado… Mas era um valor alto, algo equivalente a uns R$ 50,00). Quem vai fazer a oferta, fique de pé! Quem não vai fazer, fique sentado!
E assim o pastô dava um jeito de constranger e humilhar publicamente os coitados que não tinham tanto dinheiro para dar. Além desta, outra técnica ainda mais eficaz para arrancar gordas doações dos fiéis é pregar que Deus vai lhe dar muita prosperidade e bênçãos materiais, em troca de sua generosidade no dízimo. Esse é o modo de agir de muitas das seitas que pregam a demoníaca Teologia da Prosperidade. As pessoas mesquinhas, gananciosas ou simplesmente desesperados por causa de suas dívidas caem nessa história como patinhos!
Imagem
Na Igreja Católica, não é assim. Porém, justamente por ser um chamado à liberdade de cada fiel, muitos católicos não estão nem aí para o dízimo. Em quase todas as paróquias, a proporção de dizimistas em relação ao número de fiéis que frequentam a paróquia é ridiculamente baixa.
A maioria das pessoas gosta mesmo é que lhe ponham um cabresto, gostam de uma religião que lhes faça passar vergonha diante dos outros “irmãos”, caso não ande na linha, em troca da promessa de evitar a cruz e viver o Céu aqui na Terra. É por isso que ouvimos tanto protestante dizer: “Eu era católico, mas naquele tempo eu bebia, eu vivia na farra, eu traía, eu fazia tudo errado”. E desde quando a Igreja Católica aprova tais pecados, criatura joselita? O fato é que no meio evangélico é comum que um fique tomando conta da vida do outro, então todos se esforçam para ter uma aparência externa de santidade.
Mas o cristianismo é a religião que reina no mais profundo da consciência, no coração. Cristo mostrou que muitos daqueles que tinham aparência de santidade – os fariseus – eram podres por dentro. Então, mais do que simplesmente falar em fidelidade ao dízimo, vamos falar das intenções do coração.
É bem verdade que, na Bíblia, Deus promete prover as necessidades materiais de quem paga o dízimo. Isso se chama fé na Providência divina. Mesmo que esteja meio dura, a pessoa faz um sacrifício para ajudar os pobres e sustentar a Igreja (lembram da oferta da viúva?). A pessoa é fiel ao dízimo, confiando que o Senhor lhe ajudará.
“Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário.” (Mal 3,8-9)
“Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário. (…) Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado. Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo.” (Fil 4,16-19)
Bem diferente da fé na Providência é o investimento no FIJ – Fundo de Investimentos de Jesus. A pessoa paga o dízimo com a intenção de que o senhor multiplique o seu patrimônio. Como se Jesus vindo ao mundo, tomado bofetão no rosto e sido crucificado para nego poder ficar rico!
Então, devemos ser fiéis ao dízimo por uma consciência prática e por amor, não porque estamos caçando bênçãos.
A consciência prática nos fazer perceber que o padre, exclusivamente dedicado aos fiéis (foi para isso que ele deixou de casar, não é mesmo?), não vive de vento, e precisa de seu salário. Da mesma forma, é preciso cobrir as despesas com luz, água, funcionários, obras de manutenção do templo e ações evangelizadoras da paróquia, entre outras despesas.
O amor nos leva a ter verdadeiro prazer em DEVOLVER parte do dinheiro que Deus nos deu para o próprio Deus.
E qual porcentagem dos meus ganhos mensais devo doar ao templo? Você é quem decide. Não há obrigação de pagar 10%. Até nisso a Igreja nos deixa livres! Mas lembre-se: Deus sabe se estamos sendo generosos em nossa oferta ou não.
MENORES DE IDADE DEVEM PAGAR O DÍZIMO?
O dízimo é uma contribuição de quem tem renda própria, fruto de seu trabalho. Se um menor de idade trabalha (alguns, com 14 anos, já trabalham e têm renda mensal), então é justo que pague o dízimo, ainda que seus pais paguem também.
Mas se não trabalha, não precisa pagar o dízimo. Pode fazer uma contribuição livre na cestinha ou nos cofres do templo de sua paróquia, se puder.
Quando eu era criança, um tio meu me levou para participar de um culto em sua comunidade evangélica. Logo após a exibição de um filme medonho sobre o Apocalipse (tinha mais sangue do que no “Casamento Vermelho” de Game of Thrones), o pastô (que merecia mesmo era pastar) ameaçou o pessoal:
– Vocês viram o que aconteceu com os infiéis no Apocalipse? Vocês querem escapar desse fim horrível?
De olhos esbugalhados, todos acenavam que sim com a cabeça, ou gritavam angustiados. O pastô continuou:
– Então, prove sua fé e oferte agora aqui no altar o valor X em dinheiro (eu não lembro qual era a moeda na época, se era Cruzeiro, Cruzado… Mas era um valor alto, algo equivalente a uns R$ 50,00). Quem vai fazer a oferta, fique de pé! Quem não vai fazer, fique sentado!
E assim o pastô dava um jeito de constranger e humilhar publicamente os coitados que não tinham tanto dinheiro para dar. Além desta, outra técnica ainda mais eficaz para arrancar gordas doações dos fiéis é pregar que Deus vai lhe dar muita prosperidade e bênçãos materiais, em troca de sua generosidade no dízimo. Esse é o modo de agir de muitas das seitas que pregam a demoníaca Teologia da Prosperidade. As pessoas mesquinhas, gananciosas ou simplesmente desesperados por causa de suas dívidas caem nessa história como patinhos!
Imagem
Na Igreja Católica, não é assim. Porém, justamente por ser um chamado à liberdade de cada fiel, muitos católicos não estão nem aí para o dízimo. Em quase todas as paróquias, a proporção de dizimistas em relação ao número de fiéis que frequentam a paróquia é ridiculamente baixa.
A maioria das pessoas gosta mesmo é que lhe ponham um cabresto, gostam de uma religião que lhes faça passar vergonha diante dos outros “irmãos”, caso não ande na linha, em troca da promessa de evitar a cruz e viver o Céu aqui na Terra. É por isso que ouvimos tanto protestante dizer: “Eu era católico, mas naquele tempo eu bebia, eu vivia na farra, eu traía, eu fazia tudo errado”. E desde quando a Igreja Católica aprova tais pecados, criatura joselita? O fato é que no meio evangélico é comum que um fique tomando conta da vida do outro, então todos se esforçam para ter uma aparência externa de santidade.
Mas o cristianismo é a religião que reina no mais profundo da consciência, no coração. Cristo mostrou que muitos daqueles que tinham aparência de santidade – os fariseus – eram podres por dentro. Então, mais do que simplesmente falar em fidelidade ao dízimo, vamos falar das intenções do coração.
É bem verdade que, na Bíblia, Deus promete prover as necessidades materiais de quem paga o dízimo. Isso se chama fé na Providência divina. Mesmo que esteja meio dura, a pessoa faz um sacrifício para ajudar os pobres e sustentar a Igreja (lembram da oferta da viúva?). A pessoa é fiel ao dízimo, confiando que o Senhor lhe ajudará.
“Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário.” (Mal 3,8-9)
“Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário. (…) Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado. Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo.” (Fil 4,16-19)
Bem diferente da fé na Providência é o investimento no FIJ – Fundo de Investimentos de Jesus. A pessoa paga o dízimo com a intenção de que o senhor multiplique o seu patrimônio. Como se Jesus vindo ao mundo, tomado bofetão no rosto e sido crucificado para nego poder ficar rico!
Então, devemos ser fiéis ao dízimo por uma consciência prática e por amor, não porque estamos caçando bênçãos.
A consciência prática nos fazer perceber que o padre, exclusivamente dedicado aos fiéis (foi para isso que ele deixou de casar, não é mesmo?), não vive de vento, e precisa de seu salário. Da mesma forma, é preciso cobrir as despesas com luz, água, funcionários, obras de manutenção do templo e ações evangelizadoras da paróquia, entre outras despesas.
O amor nos leva a ter verdadeiro prazer em DEVOLVER parte do dinheiro que Deus nos deu para o próprio Deus.
E qual porcentagem dos meus ganhos mensais devo doar ao templo? Você é quem decide. Não há obrigação de pagar 10%. Até nisso a Igreja nos deixa livres! Mas lembre-se: Deus sabe se estamos sendo generosos em nossa oferta ou não.
MENORES DE IDADE DEVEM PAGAR O DÍZIMO?
O dízimo é uma contribuição de quem tem renda própria, fruto de seu trabalho. Se um menor de idade trabalha (alguns, com 14 anos, já trabalham e têm renda mensal), então é justo que pague o dízimo, ainda que seus pais paguem também.
Mas se não trabalha, não precisa pagar o dízimo. Pode fazer uma contribuição livre na cestinha ou nos cofres do templo de sua paróquia, se puder.
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